Intolerância, essa é a palavra. Hoje vivemos em uma guerra não armada (por ora) de religiões brigando entre si e contra os descrentes, é triste ver como as pessoas podem deixar preceitos básicos, como o respeito, para se alienarem sabendo apenas reproduzir discursos prontos, que não fazem o menor sentido. Como posso ser uma pessoa boa, dizendo que só deus pode julgar meu próximo mas discrimino SERES HUMANOS por cor, orientação sexual, crença, cultura e etc.. A mais perfeita de todas as religiões se chama RESPEITO, entretanto esta possui muitos poucos seguidores. Não consigo entender como pode ser melhor levantar uma bandeira e dizer que seu deus é maior, do que aceitar que cada um acredita na mesma coisa, apenas de formas diferentes, até mesmo os ateus, de certa forma eles acreditam em si mesmos. O importante é se sentir bem, a liberdade de um ser humano depende da liberdade de todos.
Não sou ateu, tive formação católica, e hoje, acredito sim em um deus mas este só pode realizar por mim um milagre, que é o da vida. Seria muita maldade eu acreditar na manifestação de deus ao longo da minha vida, pois porquê se manifestar na vida de um jovem de classe média com uma ótima família, bem estruturada, enquanto milhares de pessoas estão sofrendo por algo que elas nem sabem o que. Fico intrigado quando me deparo com frases do tipo "Religião não salva quem salva é Jesus." Só tem um probleminha ai, só acreditam em Jesus as religiões cristãs (catolicismo, protestantismo...) isso pressupõe que Indus, Muçulmanos, entre outros estão todos condenados por não creem em Jesus Cristo. Não acho isso muito justo.
E é preocupante como essas pessoas com pensamento fechado, intolerante e alienado cada vez mais estão se envolvendo no cenário politico brasileiro, e como esses vem tomando espaço e promovendo a desigualdade, como por exemplo ensino religioso obrigatório em escolas públicas, isenção de impostos sobre igrejas, templos e etc.. Certo que a religião é a fonte de alegria e felicidade para muitas pessoas, entretanto para outras a fonte de felicidade é uma cerveja gelada em um bar no fim do expediente, ou um show de rock, ou boates. Seria justo então que esses estabelecimentos fossem isentos de impostos também, afinal é dever do estado promover igualdade.
Minha conclusão sobre isso é que não importa quem somos, em que acreditamos, como levamos nossas vidas, ou quem amamos, mas sim o que somos: Seres Humanos. Iguais, nenhum melhor nem pior que o outro, apenas humanos. O difícil é saber que o respeito mutuo da raça humana é impossível de ser alcançado enquanto houver intolerância, e mais difícil é saber que esta não vai sumir de uma hora pra outra.
Camilo Schimith Cosendey